Laerte Braga
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É possível encontrar uma variedade incrível de relógios de pulso em oferta nas várias lojas do ramo. O distinto cidadão pode encontrar relógios com aparência de Cartier vendidos no camelô da esquina e autênticos Bugati onde ele cidadão distinto não tem acesso.
Há alguns anos atrás havia nos relógios movidos a corda uma peça chamada cabelo. Sensível, a peça era responsável pelo tic tac e deveria estar sempre regulado. Uma queda, por exemplo, poderia entortar o cabelo e pronto, era preciso trocá-lo.
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Não sei se os relógios de hoje têm cabelo, acredito que não. Na era digital uma parte é fabricada na China por empresas que usam trabalho escravo, outra na Indonésia, com o mesmo perfil, algumas no Timor, enfim, a junção é feita num porto livre qualquer, Manaus por exemplo.
Em tempos passado um trabalhador de uma fábrica de relógios olhava o produto final na vitrine de uma loja e sabia que determinada peça fora posta por ele. Hoje não. Sumiram as referências, desapareceu a identidade do produto, sumiu a do trabalhador.
O PCB – Partido Comunista Brasileiro – (nada a ver com o PC do B S/A, empresa que atua no Ministério dos Esportes, em ONGs, UNE e outros departamentos), em sua Conferência Nacional realizada no fim de semana passada no Rio de Janeiro reafirmou a importância de um pacto de solidariedade internacional contra o imperialismo e o capitalismo.
É fácil entender isso, é necessário perceber o sentido desse pacto para o dia a dia do processo político e do seu papel na construção de outro processo maior, o da revolução socialista.
Longe de retomar uma linguagem que insistem em dizer superada – e o fazem exatamente para alienar, vender a ideia do espetáculo como modo de vida (e o espetáculo pode ser degradante e o é) – traz de volta o debate da essência do ser humano como tal.
Ser ou não rês. É o dilema.
Roger Noriega é um funcionário da diplomacia norte-americana especialista em golpes de estado, terrorismo de Estado, e chegou a ocupar o cargo de subsecretário do Departamento de Estado no governo de George Bush. Nesse mesmo período foi embaixador de seu país na OEA – Organização dos Estados Americanos.
A história do Brasil registra, pouco antes do golpe militar de 1964, a descarada tentativa dos Estados Unidos de intervir nas eleições de 1962 em nosso País. Foram eleitos senadores, deputados federais e estaduais, alguns governadores, prefeitos e vereadores.
Uma organização de nome INSTITUTO BRASILEIRO DE AÇÃO DEMOCRÁTICA se estruturou de uma forma impressionante (revistas, jornais, comprou boa parte da nossa mídia privada, juntou empresários arrecadando fundos a fundo perdido) e tocou as campanhas eleitorais da extrema-direita, tudo no afã de preparar o caminho para afastar o então presidente constitucional do Brasil, João Goulart.
As formas de assim o fazê-lo eram as de sempre. Escorados em mentiras e fatos que criavam, infundiam o medo e o alvo era o comunismo (comunistas comiam crianças e matavam idosos). Tinham a cumplicidade de boa parte da cúpula da Igreja Católica, ainda preponderante em nosso País. Num certo olhar perderam as eleições, noutro não. Aquilo era só um primeiro ato do golpe militar.
Roger Noriega deu uma entrevista para a revista VEJA, as tais página amarelas. Aquelas que no catálogo telefônico ou em VEJA vendem e compram tudo em função de interesses das elites políticas e econômicas do País.
Segundo Noriega e isso é uma patologia clássica dos norte-americanos e da extrema-direita, escolher um alvo, demonizá-lo e abrir espaços para intervenções que tanto podem ser no controle de governos (o governo Dilma oscila entre ser e não ser, a presidente é menor que o cargo que ocupa, foi a opção que restou ao PT, hoje um partido recheado de pelegos), mas escolhem um alvo e criam “realidades fantasmagóricas” em cima desses “fatos”, dessas “realidades” e deitam e rolam no que é de fato verdade. A ação imperialista e capitalista de um complexo militar e industrial associado ao setor financeiro, com o qual dominam o mundo.
Segundo Noriega, num delírio pensado, estudado, existem ligações entre o narcotráfico e o governo do Irã e por conta disso o Brasil não está imune a atentados terroristas, principalmente à época da Copa do Mundo, em 2014.
Noriega fala da “ação terrorista” na chamada Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Uruguai), mostra os riscos cada vez maiores diante da “teimosia” do governo brasileiro em não aceitar políticas conjuntas de combate a esse “terrorismo” e vai mais além.
Estende-se à Venezuela ao dizer que o presidente Hugo Chávez está doente, vai morrer em seis meses e os conflitos que se seguirão à “morte” de Chávez serão fatores determinantes para a intervenção militar dos EUA (petróleo).
Os EUA são uma grande mentira na megalomania de potência capaz de destruir o mundo cem vezes se necessário for com seu arsenal nuclear. É um arremedo de nação, um complexo terrorista associado e hora dominado por Israel.
Colocam seus coturnos fascistas na Comunidade Europeia a partir de colônias como a Grã Bretanha, a Alemanha e a França, subjugam gregos, italianos, portugueses e quem mais se opuser a seus apetites imperiais. Estendem esses tentáculos a África, ao Oriente Médio em ações de guerra fundadas em mentiras como no caso do Iraque, da Líbia, tanto quanto sustentam ditaduras como a da Arábia Saudita, do Iêmen e têm seu principal parceiro na região, Israel, enfim, a patologia capitalista não tem limites em sua insânia.
Nero quando quis um bode expiatório para suas loucuras tocou fogo em Roma, foi tocar harpa e culpou os cristãos. O que se seguiu foi a barbárie que a história registra. Hitler tascou fogo no Parlamento e culpou os comunistas. Foi o pretexto que necessitava para controle absoluto da Alemanha e mais tarde uma guerra que dizimou a Europa, matou milhões de pessoas.
Os EUA tanto inventam armas químicas e biológicas no Iraque, como “intervenção humanitária” na Líbia, suposto terrorismo no Brasil, numa espécie de rede que lhes permita manter o controle dos “negócios” e continuar sobrevivendo às custas da exploração sobre povos de todo o mundo.
VEJA, como a mídia privada brasileira (GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, RBS, ESTADO DE MINAS, ÉPOCA, etc) são apêndices, braços desse processo. Não têm escrúpulos, compromisso algum com o Brasil e os brasileiros. Mas com os que pagam.
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Tanto faz que seja William Waack apontado pelo WIKILEAKS como agente norte-americano, ou o Bonner, que só disfarça essa característica, até porque, como disse a estudantes e professores de jornalismo que visitaram a redação do JORNAL NACIONAL, o telespectador “é um idiota”. Usou o eufemismo Homer Simpson.
E deve ter alguma razão, pois os índices de audiência a despeito de uma queda continuam altos e lhe permitem manter a liderança.
Do Brasil querem a água, o petróleo, o nióbio, todas as riquezas minerais, o controle total e absoluto, que significam em submissão plena de nossos governos, caso do governo FHC. Tomava broncas homéricas de Bil Clinton quando não fazia as “coisas certas”.
Dos brasileiros querem nos transformar em zumbis caminhando pelas ruas sem vontade, sem espírito crítico, medrosos e aceitando todo o poderio dos tênis NIKE, ou das mais variadas marcas de chicletes, acreditando que somos uma potência.
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O desejo real é que sejamos a grande base dos EUA para toda a América Latina.
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Nossas forças armadas em sua imensa e esmagadora maioria são subordinadas a Washington.
Não têm a menor preocupação com a soberania e a independência do Brasil, o discurso patriótico é canalha como afirma Samuel Johnson (o golpe de 1964 destruiu o que havia de digno nas forças armadas e a reconstrução é lenta).
Os braços desse complexo terrorista – EUA e ISRAEL – são muitos. O tratado de livre comércio assinado por Lula com Israel abriu as portas do Brasil a agentes da MOSSAD – serviço secreto de Israel, especialista em assassinatos, extorsões, tortura, etc – e permite que se infiltrem, a guisa de orientação, treinamento, etc, em instituições como a Polícia Federal, polícias estudais (militar e civil), em todos os setores chaves da economia (Israel controla a nossa indústria de armas), numa grande rede que vai se fechar quando submeterem o Brasil a seus interesses.
O caso do combate à corrupção, arma que usam sem pejo, mesmo sabendo que a corrupção é parte do capitalismo e do imperialismo. Investigações simples levariam para a cadeia figuras como José Sarney, José Serra, FHC, Aécio Neves, Geraldo Alkcimin, boa parte doa grandes banqueiros e empresários brasileiros, enfim, só não o fazem porque não o querem, são controlados, digamos assim, por esses interesses.
Roger Noriega lembra a figura sinistra de Dan Mitrione. O agente da CIA que em tempos de ditadura veio ensinar aos militares e aos grupos de repressão métodos de tortura, de investigação recheados de brutalidade e violência.
VEJA é o instrumento midiático usado para veicular e gerar esse medo, criar essa falsa realidade. Como o grupo GLOBO e toda a grande mídia.
O governo Dilma é só um amontoado de meu Deus me ajuda, tonto e perdido em meio a estatura política da presidente, menor que o cargo que ocupa, cheio de inconsequentes como o tal Lupi – Ministro do Trabalho – e que a cada dia serve-se em bandeja de alumínio, nem de prata é, a esses interesses e propósitos.
O Brasil cresce? Claro, mas como rabo de cavalo, para baixo, pois os donos de crescimento não são os brasileiros, com todo o argumento diminuição das camadas mais pobres ou excluídas.
Não somos senhores do nosso progresso que resta privilégio de grupos empresariais nacionais e internacionais. E esses não têm nem pátria e nem compromisso com a classe trabalhadora.
O pacto proposto pelo PCB em sua Conferência Nacional, o diagnóstico feito no evento, é perfeito em todos os sentidos e o tratamento só resultará em cura com a luta nas ruas, a organização popular, a construção do processo revolucionário. Um pacto de solidariedade anti capitalista e anti imperialista.
E esse não será com alianças espúrias em função de eleições. O mundo institucional está falido.
Será nas ruas, mas longe de ser viável sem organização e diretrizes claras. Do contrário acontece o que aconteceu no Egito. Sai Mubarak, ficam os generais de Mubarak. Não muda nada.
A peça de relógio produto de trabalho escravo na China tem a ver com cada um de nós quando escolhemos um deles na vitrine. Ou compramos um “Cartier legítimo” no camelô.
Muito mais da metade das bolsas das madames paulistas que discutiram a USP num chá de fofocas é falsificada, a despeito das marcas pomposas. É a hipocrisia das elites, outra patologia do capitalismo.
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