30 de jun. de 2012

FOMOS,SOMOS E SEREMOS COMUNISTAS: SÓ A LUTA CLASSISTA FUNCIONA

“Instrui-vos, porque precisamos de vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos de vosso entusiasmo. Organizai-vos, porque carecemos de toda vossa força.”
 
 

22 de jun. de 2012

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DA CONVENÇÃO ELEITORAL DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DA CONVENÇÃO ELEITORAL DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO

COMITÊ MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO

Aos Filiados e militantes do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO no Município de São Gonçalo

Atendendo aos preceitos da Lei 9504/97 e o estatuto partidário, venho por meio deste, publicar o horário, data e local da convenção eleitoral do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO - Comitê Municipal de São Gonçalo.

A Convenção Municipal ocorrerá no dia 24/06/2012 (domingo) às 09h na Sede Regional do Sindicato dos Profissionais de Educação - Núcleo São Gonçalo, localizado na Rua Coronel Rodrigues, 256, Centro - São Gonçalo – RJ

A presente reunião terá como pauta:

1) Informes Gerais
2) Aprovação da candidatura de Prefeito(a) e Vice-Prefeito(a);
3) Políticas de alianças;
4) Aprovação da nominata para eleição para Câmara Municipal;
5) Aprovação dos representantes legais junto ao TRE.

Aproveito a oportunidade para convocar todos os filiados, e informar que estaremos realizando a Convenção juntamente com os companheiros do PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL), da qual nos orgulhamos de estar juntos nesta batalha!

Saudações Comunistas.
Atenciosamente,

Luciana Araújo
Secretaria Política Municipal do PCB - São Gonçalo

18 de jun. de 2012

Desmontar a mentira para combater a alienação e dinamizar a luta


por Miguel Urbano Rodrigues

A compreensão pelos povos da estratégia exterminista do imperialismo que os ameaça é extremamente dificultada pela ignorância sobre o funcionamento do sistema de poder dos Estados Unidos e pela imagem falsa que prevalece a respeito da sociedade norte-americana não apenas na Europa mas em muitos países subdesenvolvidos. 
 
Repetir evidências passou a ser uma necessidade no combate à alienação das grandes maiorias, confundidas e manipuladas pelos responsáveis da crise de civilização que atinge a humanidade.


Talvez nunca antes a insistência em iluminar o óbvio oculto tenha sido tão importante e urgente porque a falsificação da História e a manipulação das massas empurra a humanidade para o abismo.


Essa tarefa assume um carácter revolucionário porque as forças que controlam o capitalismo utilizam as engrenagens do sistema mediático para criar uma realidade virtual que actua como arma decisiva para a formação de uma consciência social passiva, para a robotização do homem.


A compreensão pelos povos da estratégia exterminista do imperialismo que os ameaça é extremamente dificultada pela ignorância sobre o funcionamento do sistema de poder dos Estados Unidos e a imagem falsa que prevalece a respeito da sociedade norte-americana não apenas na Europa mas em muitos países subdesenvolvidos.


UM MITO ROMÂNTICO


Não obstante serem inocultáveis os crimes cometidos pelos EUA nas últimas décadas em guerras de agressão contra diferentes povos, uma grande parte da humanidade continua a ver na pátria de Jefferson e Lincoln uma terra de liberdade e progresso. O mito romântico dos pioneiros do Mayflower é difundido por uma propaganda perversa que insiste em apresentar o povo e o governo dos EUA como vocacionados para defender e liderar a humanidade. Os males do capitalismo seriam circunstanciais e a grande república, presidida agora por um humanista, estaria prestes a superar a crise que a partir dela alastrou pelo mundo.


Não basta afirmar que estamos perante uma perigosa mentira. Desmontar o mito estado-unidense é, repito, uma tarefa prioritária na luta contra a alienação das maiorias. O político negro cuja eleição desencadeou uma vaga de esperança entre oprimidos da Terra engavetou os compromissos assumidos com o povo e ao longo do seu mandato deu continuidade a uma estratégia de dominação mundial, ampliando-a perigosamente.


Diferentemente de Bush júnior, Obama soube construir uma máscara de estadista sereno e progressista. A sua reeleição, não tenhamos dúvidas, será facilitada porque o candidato republicano que o enfrentará, Mitt Romney, é um político ultra reaccionário, sem carisma.


AS GUERRAS IMPERIAIS


No Iraque a violência tornou-se endémica, milhares de mercenários substituíram as tropas de combate e um governo fantoche actua como instrumento das transnacionais do petróleo.


No Afeganistão a guerra está perdida. Após onze anos de ocupação, as forças da NATO e as dos EUA somente controlam Cabul e algumas capitais de província. Todas as ofensivas contra a Resistência (que vai muito alem dos Talibãs) fracassaram e nos quartéis e nos Ministérios os recrutas matam com frequência os instrutores estrangeiros, americanos e europeus.


A retirada antecipada das tropas francesas do país colocou um problema inesperado ao Pentágono. Em Washington poucos acreditam que o presidente cumpra o acordo sobre a evacuação do exército de ocupação antes do final de 2014.


Em declarações recentes, Obama, já em campanha eleitoral, retomou o tema da defesa dos "interesses dos EUA no mundo". Essa política implica a existência de centenas de bases militares em mais de uma dezena de países. Na Colômbia, por exemplo, foram instaladas mais oito.


Numa inflexão estratégica, o presidente informou que está em curso uma deslocação para Oriente do poder militar norte-americano. O secretário da Defesa esclareceu que dois terços da US Navy serão deslocados para o Pacifico. Ficou transparente que o objectivo inconfessado é cercar por terra e mar a Rússia e a China.


Vladimir Putin interpretou correctamente a mensagem. Consciente de que na sua escalada agressiva os EUA teriam de reforçar a sua hegemonia no Médio Oriente, abatendo o Irão, antes de definirem aqueles países como "inimigos" potenciais, o presidente russo num discurso firme advertiu Washington de que está a ultrapassar a linha vermelha.


Contrariamente ao que afirmam alguns analistas que cultivam o sensacionalismo, a iminência de uma terceira guerra mundial é, porém, uma improbabilidade. Mas isso graças à firmeza da Rússia. Putin não esqueceu Munique. Usou palavras duras, recordando a agressão ao povo líbio, para lembrar a Obama que já foi longe demais e que não tolerará uma intervenção militar USA--União Europeia na Síria, qualquer que seja o pretexto invocado.


ASSASSINAR À DISTÂNCIA


O belicismo de Obama é, alias, tão ostensivo que até um jornal do establishment, o New York Times (que o tem apoiado), sentiu a necessidade de revelar que a lista de "terroristas" e dirigentes políticos a aniquilar pelos aviões sem piloto (os famosos drone) é submetida à aprovação do chefe da Casa Branca. Matar a longa distância, numa guerra electrónica de novo tipo, tornou-se uma rotina graças aos progressos da ciência. Leon Panetta, o actual secretário da Defesa, não somente a aprova como a elogia, assim como o general Petraeus, o director da CIA.




Os homens do presidente chegaram à conclusão de que essa modalidade de assassínio não tem suscitado grandes protestos internacionais e evita a perda de pilotos.


O principal inconveniente é a imprecisão desses ataques. No Paquistão, dezenas de aldeões foram mortos em bombardeamentos dos drones nas áreas tribais da fronteira afegã. O erro (assim lhe chamam no Pentágono) gerou uma crise nas relações com o Paquistão quando 26 soldados daquele país foram abatidos por um avião assassino. O governo de Islamabad proibiu a partir de então a travessia da fronteira pelos caminhões que carregam alimentos e armas para as tropas dos EUA e da NATO.


Não obstante os "inevitáveis danos colaterais", os generais do Pentágono definem como revolucionária a guerra barata na qual basta carregar num botão, por vezes a centenas de quilómetros de distância, para atingir alvos humanos seleccionados em gabinetes nos EUA e aprovados pelo Presidente.


A esmagadora maioria dos estado-unidenses tem um conhecimento muito superficial do que se passa nas guerras asiáticas do seu país. Mas no Exército alastra um difuso mal-estar. No ano corrente registou-se um record de suicídios de militares.


O FANTASMA DA AL QAEDA


São qualificados de especialmente satisfatórios os bombardeamentos frequentes a tribos "terroristas" do Iémen e da Somália. Se a CIA informa que uma tribo perdida nas montanhas da outrora chamada Arábia Feliz é acusada de ligações suspeitas com a Al Qaeda, envia-se um drone da base de Djibuti para liquidar o seu chefe. Obama dá o seu aval à operação.


O New York Times, no editorial citado, reconhece com pesar que o actual poder decisório presidencial de assassinar "terroristas" em regiões remotas "não tem precedentes na história presidencial". Monstruoso, mas real: Obama comporta-se como um ciber-guerreiro.


Nessa estratégia criminosa, a invocação da Al Qaeda como a grande ameaça à segurança dos EUA é permanente, obsessiva.


Somente em Março pp. o Google registou 183 milhões de entradas em busca de informações sobre a organização.


Os EUA planearam e executaram a morte de Ben Laden numa operação obscura de forças especiais, violadora da soberania do Paquistão. Mataram já ou afirmam ter assassinado os principais dirigentes da Al Qaeda. Mas o fantasma da Al Qaeda sobreviveu, e é esse dragão, invisível, medonho, que motiva os bombardeamentos dos drones, a guerra electrónica assassina.


O mito da Al Qaeda, o inimigo número 1, tornou-se um pilar da estratégia "anti-terrorismo" dos EUA.


Quantas pessoas, mundo afora, sabem que Ben Laden foi um aliado íntimo dos EUA durante a guerra contra a Revolução Afegã? Poucas.


E poucas são também as que têm conhecimento das relações estreitas que a CIA e a inteligência militar dos EUA mantiveram e mantêm com organizações fundamentalistas islâmicas.


A necessidade de aniquilar a Al Qaeda foi o argumento básico que Bush filho brandiu para justificar o Patriot Act e a invasão e ocupação do Afeganistão, numa cruzada "antiterrorista" em defesa "da liberdade, da democracia, da paz…"


Obama, usando um discurso diferente, muito mais hábil, aprofundou a estratégia de poder dos EUA.


Ao assinar a lei da Autorização da Segurança Nacional, o presidente dos EUA tripudiou sobre a Constituição, transformando o país num Estado militarizado que exibe uma fachada democrática. Internamente subsistem algumas liberdades e direitos, mas a politica externa é a de um estado terrorista.


RÚSSIA E CHINA AMEAÇADAS


A engrenagem imperial está em movimento. Primeiro foi o Iraque, depois o Afeganistão, depois a Líbia. Agora o alvo é a Síria.


A máquina mediática trituradora das consciências repete o método utilizado na campanha que precedeu o ataque armado à Líbia. A CIA e o Pentágono prepararam e financiaram grupos de mercenários que instalaram o caos nas grandes cidades sírias. O presidente Bachar al Asad foi demonizado e, inventada uma realidade virtual – uma Síria imaginária – uma campanha massacrante tenta persuadir centenas de milhões de pessoas de que intervir militarmente naquele pais seria "uma intervenção humanitária" exigida por aquilo a que chamam "a comunidade internacional". Mas o projecto de repetir a tragédia líbia está a esbarrar com a oposição, até hoje inultrapassável, da Rússia.


Insisto: compreender o funcionamento da monstruosa engrenagem montada pelo imperialismo para anestesiar a consciência social e criar um tipo de homem robotizado é uma exigência no combate dos povos em defesa da liberdade, da própria continuidade da vida.


Não exagero ao definir como tarefa revolucionária essa luta.


O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=2516


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
 

9 de jun. de 2012

PCB - Sem alternativas à direita

O Olhar Comunista começa a semana repercutindo as "apostas do mercado" sobre a previsão de crescimento do PIB em 2012, após da quase estagnação registrada durante o primeiro trimestre.

Segundo o boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro esperam agora que o PIB brasileiro cresça 2,72%, em vez dos 2,99% que previam na semana passada.

Não duvidem: tais expectativas vão minguar ao longo do ano. Acabam as medidas, à direita, que mantiveram o país a margem da crise do capitalismo - invulneráveis nunca fomos, aliás. O esgotamento dos instrumentos usados até agora para estimular o crescimento, centrados no estímulo ao consumo de bens duráveis e na timidez das medidas de combate às importações não trará resultados.

O governo deveria dar uma guinada, mesmo que dentro das contradições e limitações do capitalismo, optando pela estatização dos bancos, pela reforma agrária e a substituição de importações de bens industriais em grande escala, lastreados por investimentos públicos em infraestrutura, educação, saúde e outras áreas de bem-estar social.

Como ele continua optando pelo liberalismo, entretanto, tais coisas só serão conseguidas com muita luta dos trabalhadores.

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6 de jun. de 2012

A luta de classes é sempre pedagógica

Por Elaine Tavares

A greve dos trabalhadores do transporte público foi uma linda lição de luta de classes que durou três dias em Florianópolis. Nesses momentos de ruptura da ordem estabelecida é que se pode ver como todo esse pacto que os ditos liberais fazem de “colaboração e parceria” com os trabalhadores se traduz em nada. Basta que os trabalhadores exijam um direito, melhores salários e melhores condições laborais e o empresariado arreganha os dentes, acompanhado de toda a mídia comercial, mais os poderes da República. Tudo vira contra a luta dos trabalhadores. E eles ainda passam pelos grandes vilões.

Quem mora numa cidade grande, sabe. O trânsito mata. Não só por conta da violência dos acidentes, mas pelo caos diário que provoca estresse e selvageria. Nesse universo, um motorista de ônibus, que faz dezenas de viagens, iguais e repetitivas, está submetido a forte pressão. Não é à toa o pedido de redução de carga horária para seis horas. E a resposta dos empresários? “Isso é impossível, vamos ter de contratar mais gente!” Mas, ora, e isso não é bom? Mais emprego, mais “colaboradores”? Pois ninguém fala sobre isso. A imprensa, feito papagaio, se limita a reproduzir à exaustão os argumentos pífios dos empresários.

Em todos os canais de televisão foram convidados os empresários do transporte, os lojistas, especialistas em economia e o festival de bobagens se espraiou. Reclamações indignadas dos comerciantes que estavam perdendo dinheiro. E a culpa, de quem? Dos trabalhadores. Declarações indignadas dos empresários do transporte sobre o prejuízo à cidade. E a culpa, de quem? Dos trabalhadores. Também a população era incitada a dar sua opinião, com os telefones abertos, para que reclamassem à vontade. E a culpa, de quem? Dos trabalhadores.

O monopólio no serviço de transporte

Uma reportagem da RBS mostrou um repórter, dentro de uma empresa de ônibus, no interior de um veículo que tentava furar o cerco que os grevistas faziam em frente ao portão. O espetáculo da defesa do direito daquele trabalhador específico que queria trabalhar, e não podia. Uma minoria entre os motoristas e cobradores, mas foi o que recebeu os holofotes. A maioria dos trabalhadores que enfrenta o trânsito maluco de uma cidade que prioriza o carro não teve sua história contada. As duas seriam boas histórias; as duas, e não apenas um lado da moeda.

Não teve repórter na casa de um motorista mostrando seu cotidiano, sua vida na periferia, seu acordar de madrugada, seu medo de assalto nos madrugadões, o sacrifício para criar os filhos. Não. A dor era a dos empresários que, desgraçadamente, estavam tendo prejuízos por conta do fato de que os trabalhadores estavam exigindo direitos.

Também os números eram manipulados na cara dura. “Os empresários estão dando aumento de 7%, o que querem mais?”, diziam os comentaristas, arvorados subitamente de defensores da ordem e das gentes. Mentira. A proposta era de recomposição salarial de quatro e pouco, mais dois de aumento real. Os mesmos comentaristas, inflamados diante da ousadia dos trabalhadores, não eram capazes de falar que em Florianópolis são apenas cinco empresas que cobrem o serviço de transporte, que há um monopólio de linhas, que as gentes não têm opção, que nunca houve licitação para a contratação das empresas, que tem gente graúda da política com ações nessas empresas. Nenhuma confrontação de dados sobre os lucros das empresas, do que a prefeitura joga de dinheiro público no serviço privado. Nada. Hélio Costa foi o único que fez alguma pergunta incômoda ao representante dos empresários, mas acabou incorporando o discurso de que o caos era culpa dos trabalhadores.

Corda esticada no limite

O prefeito Dario Berger, como sempre, foi um fiasco, agindo como se a prefeitura não tivesse nada o que fazer diante da “violência” imposta pelos trabalhadores. Seu único arroubo foi dizer que mandaria punir os donos de vans que estariam cobrando a mais dos quatro reais autorizados pela prefeitura. E nenhum repórter ou comentarista para questionar essa omissão.

A procuradoria foi rápida em dar seu parecer, lançando uma nota digna de “nota”. Chegou a propor a demissão de 10% dos trabalhadores de cada empresa como medida de punição aos trabalhadores em luta. E a nota era lida e relida, como se fosse a verdade verdadeira. Lembrei-me do dia em que entramos na Justiça com pedido de suspensão do show do Ben Harper no Campeche, que estava sendo proposto como uma área de preservação permanente. Nenhuma palavra da “justiça”. Contra os ricos não há ação “punitiva”. Não há. É fácil ser valente diante daqueles que só têm os “seus corpos nus”, como diria o grande contador de histórias do povo, o repórter Marcos Faerman.

Mas essa gente aguerrida fez a sua luta. Mostrou que esse papo de conciliação entre capital e trabalho não existe. Não há como existir. Os trabalhadores estarão sempre em busca de melhoria no seu fazer cotidiano que, dentro do capitalismo, sempre será de exploração. É uma corda esticada no limite. E nesse cabo de guerra, os empresários nunca – eu disse nunca – serão bonzinhos. Cada pequeno avanço só vem com luta, luta forte, luta renhida. Assim, quando a luta de uma categoria se faz, o certo mesmo é haver a união de classe. Os trabalhadores todos, juntos, apoiando a luta daqueles que tiveram coragem de fazê-la.

Aprender com motoristas e cobradores

Aí, agora, os papagaios dos poderosos já estão atuando ideologicamente. Os trabalhadores venceram essa queda de braço, arrancaram mais uma coisinha dos patrões. Isso não pode ficar impune. Então, o braço duro da vingança vem com força. Já começam a falar em aumento da tarifa. E aí, a culpa será de quem? Dos trabalhadores que lutaram. Falar-se-á em conluios, em tramoias entre o sindicato dos trabalhadores e os patrões. Dir-se-á que foi tudo armado, que era jogada. E mais uma vez os trabalhadores serão punidos porque ousaram lutar e vencer.

Então, quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça. A greve é a expressão da luta de classes. A greve é a ruptura da ordem que impõe a exploração aos trabalhadores. A greve é um dos poucos recursos de força que os trabalhadores têm para negociar. Ela é necessária para que os direitos avancem. Se vier aumento, não é por causa da greve. É porque os empresários não querem diminuir em um centavo sequer os seus lucros. Então, eles, não satisfeitos em sugar os trabalhadores, ainda sugam o povo. Se vier aumento, a causa é a ganância pelo lucro, a omissão de uma prefeitura que não se importa com os cidadãos.

E se ele, o aumento, de fato vier? Então, será hora de a população aprender com os motoristas e cobradores. Lutar e vencer!

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[Elaine Tavares é jornalista, Florianópolis, SC]




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