15 de set. de 2010

Debate entre candidatos a presidente de esquerda e progressista

Um esforço do Brasil de Fato para denunciar o caráter antidemocrático do atual processo eleitoral.


As eleições – espaço político que poderia ser importante para apresentar projetos para o país e elevar a consciência política da população brasileira – estão cada vez mais despolitizadas e dependentes do poderio econômico. São vergonhosas e imorais as milionárias cifras gastas para eleger os integrantes dos poderes Executivo e Legislativo em nosso país.


A burguesia brasileira reduziu a campanha eleitoral à propaganda na televisão, a marketing de pessoas – não de programas – que dependem de esquemas econômicos muito caros.  A compra de cabos eleitorais – “militância” paga e material de propaganda sofisticados – se tornou um fato normal. Com isso, têm mais vantagem os candidatos que conseguem maiores arrecadações de recursos, junto a empresas, bancos etc., em mecanismos no mínimo promíscuos para quem deseja ocupar cargos públicos e administrar volumosos recursos do povo.

Nesse cenário, não há um clima de debates de ideias e de agitação política na sociedade. As campanhas eleitorais estão engessadas, moldadas por uma legislação que impede uma participação popular mais ativa. Limita comícios e atividades de agitação política próprias da natureza do processo.

Com as candidaturas favoritas niveladas por baixo e o debate sobre os rumos do país jogado ao ostracismo, a grande ausente do processo eleitoral brasileiro é a política. Política aqui entendida como a disputa de interesses contraditórios acerca dos problemas fundamentais da sociedade. E, numa sociedade de classes, desigual como a brasileira, o desaparecimento do conflito favorece os mais fortes, os dominantes.

A mídia corporativa cumpre ainda um papel fundamental nesta mediocrização das campanhas eleitorais. A cobertura limita-se aos favoritos – exatamente aqueles com os orçamentos milionários – e a linha editorial prioriza as trajetórias e características pessoais dos candidatos. Ou seja, projetos para o país jamais são discutidos.

Num esforço para romper um pouco com esse atual quadro eleitoral, o Brasil de Fato irá realizar no dia 21 de setembro, às 21 horas, um debate entre os candidatos à Presidência da República representados em nosso conselho editorial. Por ordem alfabética, foram convidados Dilma Rousseff (PT), Ivan Pinheiro (PCB), José Maria de Almeida (PSTU), Marina Silva (PV), Plínio Arruda Sampaio (PSOL) e Rui Costa Pimenta (PCO).

E, o jornal Brasil de Fato como organizador, por sua característica plural no campo da esquerda está fazendo um esforço para articular outros veículos de comunicação da imprensa alternativa e popular no sentido de dar amplitude ao debate.

O debate é uma atividade unificada de partidos progressistas e de esquerda, juntamente com outros setores da esquerda, que farão um esforço no sentido de engajar o conjunto do movimento social, sindical e partidário no apoio ao debate.

A atividade terá também um caráter de ato político, com o objetivo de denunciar a falta de democracia do atual processo eleitoral, uma vez que a mídia corporativa adota critérios arbitrários para excluir candidaturas da sua cobertura. Portanto, o debate é na prática, um protesto contra o atual sistema eleitoral e midiático.
http://www.pstu.org.br/

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