28 de jul. de 2010

Kosovo: Lançar gasolina no fogo-Comunicado do Partido Comunista da Grécia

Publicamos hoje um comunicado do Partido Comunista da Grécia sobre a insólita decisão do Tribunal Internacional de Haia de considerar não violadora do direito internacional a declaração unilateral de independência do Kosovo.


O Tribunal Internacional de Haia decidiu hoje que a chamada «declaração de independência do Kosovo» não violou o Direito Internacional. Embora esta decisão não seja legalmente obrigatória, é óbvio que criará um grave precedente legal.

Esta decisão do Tribunal Internacional de Haia prova, uma vez mais, o que o há muito o PCG vem a dizer, nomeadamente que o direito internacional criado após a Segunda Guerra Mundial, fruto da correlação de forças entre o imperialismo por um lado e a União Soviética e as repúblicas populares pelo outro, já não existe. Foi feito em bocados!

Por um lado, as organizações internacionais dão cobertura aos EUA, à NATO e às outras forças imperialistas na promoção dos seus interesses. Por outro, estas organizações foram transformadas num local de confronto e compromissos entre as grandes potências imperialistas. É por esta razão, a decisão do Tribunal Internacional de Haia «legítima» a máquina de guerra da NATO, a guerra imperialista nas Balcãs e, naturalmente, as suas consequências, no caso o protectorado do Kosovo.
Esta decisão constitui também uma advertência para o povo grego, que vê os governos do PASOK e da ND apoiarem-se na NATO, na UE e no Tribunal Internacional de Haia na resolução dos problemas entre a Grécia e a Turquia. Ao mesmo tempo esta decisão é particularmente perigosa pois é lançar gasolina no fogo das questões existentes e não existentes de minorias, a que as potências imperialistas recorrem nas suas intervenções. A região balcânica corre o perigo de entrar num novo ciclo de intervenções imperialistas e conflitos sangrentos sob o pretexto de «protecção» das minorias.

Os povos não deveriam ter qualquer ilusão sobre os chamados «organismos internacionais” e a alegada «governação democrática global» do capitalismo. A única esperança para os povos é a luta anti-imperialista firme e em massa, a sua frente comum contra o imperialismo e as suas alianças, uma luta que está indissoluvelmente ligada à luta pelo derrube do capitalismo e a construção do socialismo.

23/Julho/2010 
 




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