The James Petras website - [James Petras, tradução do Diário Liberdade] Em 2012 a crise será verdadeiramente global. Como resposta surgirão movimentos de massas cujos protestos e rebeliões, esperemos, se transformarão em revoluções sociais.
Introdução
A perspetiva social, política e econômica para 2012 é extremamente negativa. O consenso quase universal, inclusive entre os economistas ortodoxos convencionais, é pessimista relativamente à economia mundial. Embora inclusive aqui suas predições subestimem o alcance e a profundidade da crise, há poderosas razões para pensar que 2012 será o princípio de um declínio maior que o experimentado durante a Grande Recessão de 2008 a 2009. Com menos recursos, maior dívida e uma crescente resistência popular a salvar o sistema capitalista, os governos não podem resgatar o sistema.
Muitas das grandes instituições e meios econômicos responsáveis pela expansão capitalista regional e mundial durante as últimas três décadas estão em processo de desintegração e desordem. Os anteriores motores econômicos da expansão global, Estados Unidos e a União Europeia , esgotaram suas potencialidades e estão em claro declínio. Os novos centros de crescimento -China, Índia, Brasil e Rússia- que durante uma "curta década" proporcionaram um novo impulso ao crescimento mundial, percorreram todo o trajeto possível e agora se encontram em rápida desaceleração, o que continuará durante o ano novo.
O colapso da União Europeia
Concretamente, a destruição causada pela crise na União Europeia virá a quebrar e sua estrutura de fato de complexos níveis se converterá em uma série de acordos bilaterais/multilaterais de comércio e investimento. Alemanha, França, os Países Baixos e Escandinavos tentarão aguentar a depressão. Inglaterra, em concreto a City, esplendidamente isolada, se afundará em um crescimento negativo e seus financeiros lutarão por encontrar novas oportunidades de especulação entre os Estados petroleiros do Golfo e outros "nichos". A Europa central e do este, designadamente a Polônia e a República Checa, fortalecerão seus vínculos com a Alemanha, mas padecerão as consequências do declínio geral dos mercados mundiais. A Europa do sul (Grécia, Estado espanhol, Portugal e Itália) entrará em depressão à medida que os pagamentos em massa da dívida que se enfrentam mediante as agressões selvagens aos salários e as prestações sociais reduzem a procura dos consumidores.
O desemprego, que se encontra em níveis de depressão, e o subempleo que afeta a um terço da força de trabalho detonarão conflitos sociais que durarão boa parte do ano e se converterão em levantamentos populares. Com o tempo, a desintegração da União Europeia é inevitável. Vão ser restituídas as moedas nacionais em lugar do euro, o que permitiria a desvalorização e o protecionismo. O nacionalismo estará à ordem do dia. Os empréstimos concedidos aos países do sul pelos bancos na Alemanha, França e Suíça serão objeto de grandes perdas. Se precisarão importantes resgates, o que polarizará as maiorias que pagam impostos e os banqueiros na Alemanha e França. A militancia sindical e o pseudo "populismo" direitista (neofascismo) intensificarão as lutas nacionais e de classes.
É menos provável que uma Europa polarizada, fragmentada e deprimida se una a uma aventura militar estadunidense inspirada pelos sionistas contra o Irã (ou inclusive a Síria). Uma Europa assediada pela crise se oporá à atitude de confrontação de Washington contra a Rússia e a China.
Estados Unidos: a recessão volta com vingança
A economia estadunidense sofrerá as consequências de seu grande déficit fiscal e não poderá sair da recessão mundial de 2012 mediante a despesa. Também não poderá superar o crescimento negativo mediante a exportação para a Ásia anteriormente dinâmica, porque a China, Índia e o resto da Ásia estão perdendo impulso econômico. A China crescerá muito menos que sua média de 9%. A Índia decrescerá de 8% a 5% ou mais. Por outra parte, a política militar de afastamento do regime de Obama, sua política de exclusão e protecionismo excluirá qualquer estímulo novo que proceda da China.
O militarismo agrava a depressão econômica
Estados Unidos e o Reino Unido serão os maiores perdedores na reconstrução econômica da pós-guerra iraquiana. Dos projetos de infraestrutura por valor de 186 biliões de dólares, Estados Unidos e o Reino Unido ganharão menos de 5% (Financial Times 16 de dezembro de 2011). O resultado será parecido na Líbia e outros lugares. O militarismo imperial dos Estados Unidos destrói a seu adversário, enche-se de dívidas para fazê-lo e as entidades civis cosechan os lucrativos contratos econômicos de reconstrução da pós-guerra.
A economia estadunidense se contrairá em 2012 e um pronunciado incremento do desemprego substituirá a "recuperação sem criação de emprego de 2011" . Além disso, toda a força de trabalho se encolherá à medida que a gente que já não recebe prestações por desemprego deixa de se inscrever [como desempregados].
A exploração da mão de obra ("produtividade") se intensificará à medida que os capitalistas obrigam os trabalhadores a produzirem mais por menos dinheiro e desta maneira se alarga a distância salarial entre rendimentos e lucros.
Cortes selvagens nos programas sociais acompanharão a depressão econômica e o aumento do desemprego, com o objetivo de subvencionar os bancos e as indústrias com problemas financeiros. Os debates entre os partidos terão como tema a dimensão dos cortes para os trabalhadores e pensionistas com o fim de tentar a "confiança" dos titulares de búnus. Confrontado com opções igualmente limitadas, as eleitoras e eleitores reagirão mediante a rejeição dos cargos atuais, a abstenção ou a mobilização em massa organizada e espontânea, como o protesto Occupy Wall Street. O descontentamento, a hostilidade e a frustração impregnarão a sociedade. Os demagogos do Partido Democrata vitimizarão a China; os demagogos do Partido Republicano culparão aos imigrantes. Os dois fulminarão os "fascistas islâmicos", especialmente o Irã.
Novas guerras no meio da crise: os sionistas apertam o gatilho
Os "52 presidentes das principais organizações judias estadounidenses" e seus seguidores "Israel é o primeiro" no Congresso, o Departamento de Estado, o Departamento do Tesouro e o Pentágono fomentarão a guerra com Irã. Se tiverem sucesso, a consequência será uma conflagração regional e a depressão mundial. Dado o sucesso do regime extremista israelense para conseguir a obediência cega do Congresso estadunidense e a Casa Branca a respeito de suas políticas bélicas, há que descartar qualquer dúvida.
China: mecanismos compensatórios em 2012
A China vai enfrentar a recessão global de 2012 com várias possibilidades de aminorar suas consequências. Pequim poderia produzir bens e serviços para os 700 milhões de consumidores internos que atualmente estão fora do circuito econômico. Ao aumentar os salários, os serviços sociais e a segurança do meio ambiente, a China poderia compensar a perda de mercados exteriores. O crescimento econômico da China, que depende fortemente da especulação imobiliária, vai se ver afetado adversamente quando essa bolha rebentar. Vai se produzir uma forte depressão, falências nas prefeituras e mais conflito social e de classes. Isto poderia trazer mais repressão ou uma gradual democratização, o que afetará profundamente aos relacionamentos entre o mercado e o Estado. O mais provável é que a crise econômica fortalecerá o controle estatal do mercado.
Rússia enfrenta a crise
Na Rússia a eleição do Presidente Putin conduzirá a menos apoio dos levantamentos e sanções promovidas pelos Estados Unidos contra os aliados e sócios comerciais russos. Putin reforçará seus vínculos com a China e se beneficiará da desintegração da UE e o debilitamiento da OTAN.
A oposição apoiada pelos meios ocidentais utilizará sua influência financeira para erodir a imagem de Putin e alentar os boicotes ao investimento, embora vá perder as eleições presidenciais por uma margem grande. A recessão mundial debilitará a economia russa e a forçará a escolher entre uma maior propriedade pública ou uma maior dependência de fundos estatais para resgatar a destacados oligarcas.
A transição entre 2011 e 2012: do estancamento e a recessão regionais à crise mundial
O ano 2011 preparou a infraestrutura para a desintegração da União Europeia. A crise começou com a morte do euro, o estancamento nos Estados Unidos e o rebentamento de protestos em massa contra as desigualdades obscenas a nível mundial. Os acontecimentos de 2011 constituíram um ensaio geral do novo ano de guerras comerciais em larga escala entre as grandes potências, o que agudizará as lutas imperialistas e a probabilidade de que as rebeliões populares se convertam em revoluções. Além disso, o aumento da febre bélica orquestrada pelos sionistas contra o Irã em 2011 promete converter-se na maior guerra regional desde o conflito entre os Estados Unidos, Índia e China.
Em 2011, o regime de Obama anunciou uma política de confrontação militar com a Rússia e a China e outras políticas destinadas a desgastar e degradar o auge da China como poder econômico mundial. Frente à crescente recessão econômica e ao declínio dos mercados exteriores, sobretudo na Europa, se desenvolverá uma importante guerra comercial. Washington perseguirá com agressividade políticas que limitem as exportações e investimentos chineses. A Casa Branca incrementará seus esforços para desestabilizar o comércio e investimentos da China na Ásia, África e outros locais. Podemos esperar maiores esforços por parte dos Estados Unidos para explorar os conflitos internos étnicos e populares e para incrementar sua presença militar frente à costa chinesa. Também não deve ser descartado uma grande provocação ou incidente fabricado dentro deste contexto. Em 2012 isto poderia originar raivosos apelos chauvinistas a uma nova e cara "Guerra Fria". Obama proporcionou o enquadramento e a justificativa para uma confrontação em larga escala e longo prazo com a China, o que se interpretará como um esforço desesperado de sustentar a influência estadounidense e as posições estratégicas na Ásia. O "quadrilátero de poder" militar estadunidense -Estados Unidos, Japão, Austrália e Coreia do Sul- com o apoio satélite das Filipinas, enfrentará os vínculos de mercado da China com a propaganda militar de Washington.
Europa: mais austeridade e luta de classes
Os programas de austeridade impostos na Europa, desde o Reino Unido a Latvia e Europa do sul vão se consolidar em 2012. Demissões em massa no setor público e menos salários e empregos no setor privado conduzirão a um ano de luta de classes e contínuos desafios aos governos. As suspensões de pagamento acompanharão as "políticas de austeridade" no sul, o que dará como resultado falências de bancos na França e Alemanha. A classe financeira dirigente do Reino Unido, isolada da Europa mas predominante ali, encorajará os conservadores a "reprimirem" os distúrbios populares e trabalhistas. Emergirá um novo estilo de governo autocrático "neoThatcher"; a oposição sindical emitirá protestos vazias e tensará a correia do povão rebelde. Em resumo, as regressivas políticas socioeconómicas introduzidas em 2011 estabeleceram o palco para novos regimes de estados policiais e possíveis confrontações sangrentas mais intensas com os trabalhadores e jovens desempregados sem futuro.
As guerras futuras que porão fim aos Estados Unidos como o conhecemos
Dentro dos Estados Unidos, Obama pôs os alicerces para uma nova e grande guerra no Oriente Próximo, concentrando os soldados que operavam no Iraq e Afeganistão contra o Irã. Com o fim de prejudicar o Irã, Washington está desenvolvendo operações militares e civis clandestinas contra os aliados iranianos na Síria, Paquistão, Venezuela e China. A chave da estratégia bélica dos Estados Unidos e Israel contra o Irã é uma série de guerras em estados próximos, sanções econômicas em escala mundial, ataques cibernéticos destinados a neutralizar indústrias vitais e assassinatos terroristas clandestinos de cientistas e militares.
O impulso, o planejamento e a execução das políticas estadounidenses que conduzirão à guerra com Irã podem ser atribuído empiricamente e sem nenhuma dúvida à configuração sionista de poder (CSP) que ocupa posições estratégicas no governo estadunidense, os meios de comunicação de massas e a "sociedade civil". Uma análise sistemática dos desenhadores das políticas estadunidenses que implementam as sanções econômicas no Congresso descobrirá os papéis fundamentais que exercem os "megasionistas" ("Israel é o primeiro") Ileana Ros-Lehtinen e Howard Berman; Dennis Ross na Casa Branca , Jeffrey Feltman no Departamento de Estado e Stuart Levy e seu substituto David Cohen no Departamento do Tesouro. A Casa Branca está totalmente em dívida com os recaudadores de fundos sionistas e recebe ordens dos "52 presidentes das principais organizações judaicas estadunidenses". A estratégia israelense-sionista é abafar o Irã, debilitá-lo economicamente e atacá-lo militarmente. A invasão do Iraq foi a primeira guerra dos Estados Unidos realizada para Israel; a guerra de Líbia a segunda; a atual guerra por poderes contra Síria é a terça. Estas guerras destruíram ou estão destruindo os adversários de Israel.
Em 2011 as sanções econômicas desenhadas para criar descontentamento no Irã foram as principais armas escolhidas. A campanha de sanções globais ocupou todas as energias dos principais grupos de pressão judeu-sionistas. Não encontraram nenhuma oposição nos meios de comunicação de massas, o Congresso ou a Casa Branca. A CSP não recebeu praticamente nenhuma crítica por parte das revistas, movimentos ou grupos socialistas, de esquerdas ou progressistas, salvo poucas insignes exceções. A transferência de tropas estadunidenses de Iraq às fronteiras do Irã realizado no ano passado, as sanções e o impulso da Quinta Coluna de Israel dentro dos Estados Unidos estenderam a guerra em Oriente Próximo. Isto seguramente significará uma agressão "surpresa" aérea e marítima por parte das forças estadounidenses, baseada no pretexto de "iminente ataque nuclear" tecido pelo Mossad israelense e fielmente transmitido pela CSP a seus lacaios do Congresso estadunidense e a Casa Branca para o consumo mundial. Será uma guerra longa, sangrenta e destrutiva para Israel; Estados Unidos assumirá as despesas militares diretas e o resto do mundo pagará o caríssimo preço econômico. A guerra dos Estados Unidos promovida pelos sionistas converterá a recessão de princípios de 2012 em uma importante depressão para finais do ano e provavelmente provocará levantamentos em massa.
Conclusão
Tudo indica que 2012 será um ano decisivo de crise econômica implacável que se estenderá desde a Europa e os Estados Unidos à Ásia e suas dependências na África e América Latina. A crise será verdadeiramente global. As confrontações imperiais e as guerras coloniais minarão qualquer esforço de abrandar esta crise. Como resposta, surgirão movimentos de massas cujos protestos e rebeliões, esperemos, se transformarão em revoluções sociais e na tomada do poder político.
A perspetiva social, política e econômica para 2012 é extremamente negativa. O consenso quase universal, inclusive entre os economistas ortodoxos convencionais, é pessimista relativamente à economia mundial. Embora inclusive aqui suas predições subestimem o alcance e a profundidade da crise, há poderosas razões para pensar que 2012 será o princípio de um declínio maior que o experimentado durante a Grande Recessão de 2008 a 2009. Com menos recursos, maior dívida e uma crescente resistência popular a salvar o sistema capitalista, os governos não podem resgatar o sistema.
Muitas das grandes instituições e meios econômicos responsáveis pela expansão capitalista regional e mundial durante as últimas três décadas estão em processo de desintegração e desordem. Os anteriores motores econômicos da expansão global, Estados Unidos e a União Europeia , esgotaram suas potencialidades e estão em claro declínio. Os novos centros de crescimento -China, Índia, Brasil e Rússia- que durante uma "curta década" proporcionaram um novo impulso ao crescimento mundial, percorreram todo o trajeto possível e agora se encontram em rápida desaceleração, o que continuará durante o ano novo.
O colapso da União Europeia
Concretamente, a destruição causada pela crise na União Europeia virá a quebrar e sua estrutura de fato de complexos níveis se converterá em uma série de acordos bilaterais/multilaterais de comércio e investimento. Alemanha, França, os Países Baixos e Escandinavos tentarão aguentar a depressão. Inglaterra, em concreto a City, esplendidamente isolada, se afundará em um crescimento negativo e seus financeiros lutarão por encontrar novas oportunidades de especulação entre os Estados petroleiros do Golfo e outros "nichos". A Europa central e do este, designadamente a Polônia e a República Checa, fortalecerão seus vínculos com a Alemanha, mas padecerão as consequências do declínio geral dos mercados mundiais. A Europa do sul (Grécia, Estado espanhol, Portugal e Itália) entrará em depressão à medida que os pagamentos em massa da dívida que se enfrentam mediante as agressões selvagens aos salários e as prestações sociais reduzem a procura dos consumidores.
O desemprego, que se encontra em níveis de depressão, e o subempleo que afeta a um terço da força de trabalho detonarão conflitos sociais que durarão boa parte do ano e se converterão em levantamentos populares. Com o tempo, a desintegração da União Europeia é inevitável. Vão ser restituídas as moedas nacionais em lugar do euro, o que permitiria a desvalorização e o protecionismo. O nacionalismo estará à ordem do dia. Os empréstimos concedidos aos países do sul pelos bancos na Alemanha, França e Suíça serão objeto de grandes perdas. Se precisarão importantes resgates, o que polarizará as maiorias que pagam impostos e os banqueiros na Alemanha e França. A militancia sindical e o pseudo "populismo" direitista (neofascismo) intensificarão as lutas nacionais e de classes.
É menos provável que uma Europa polarizada, fragmentada e deprimida se una a uma aventura militar estadunidense inspirada pelos sionistas contra o Irã (ou inclusive a Síria). Uma Europa assediada pela crise se oporá à atitude de confrontação de Washington contra a Rússia e a China.
Estados Unidos: a recessão volta com vingança
A economia estadunidense sofrerá as consequências de seu grande déficit fiscal e não poderá sair da recessão mundial de 2012 mediante a despesa. Também não poderá superar o crescimento negativo mediante a exportação para a Ásia anteriormente dinâmica, porque a China, Índia e o resto da Ásia estão perdendo impulso econômico. A China crescerá muito menos que sua média de 9%. A Índia decrescerá de 8% a 5% ou mais. Por outra parte, a política militar de afastamento do regime de Obama, sua política de exclusão e protecionismo excluirá qualquer estímulo novo que proceda da China.
O militarismo agrava a depressão econômica
Estados Unidos e o Reino Unido serão os maiores perdedores na reconstrução econômica da pós-guerra iraquiana. Dos projetos de infraestrutura por valor de 186 biliões de dólares, Estados Unidos e o Reino Unido ganharão menos de 5% (Financial Times 16 de dezembro de 2011). O resultado será parecido na Líbia e outros lugares. O militarismo imperial dos Estados Unidos destrói a seu adversário, enche-se de dívidas para fazê-lo e as entidades civis cosechan os lucrativos contratos econômicos de reconstrução da pós-guerra.
A economia estadunidense se contrairá em 2012 e um pronunciado incremento do desemprego substituirá a "recuperação sem criação de emprego de 2011" . Além disso, toda a força de trabalho se encolherá à medida que a gente que já não recebe prestações por desemprego deixa de se inscrever [como desempregados].
A exploração da mão de obra ("produtividade") se intensificará à medida que os capitalistas obrigam os trabalhadores a produzirem mais por menos dinheiro e desta maneira se alarga a distância salarial entre rendimentos e lucros.
Cortes selvagens nos programas sociais acompanharão a depressão econômica e o aumento do desemprego, com o objetivo de subvencionar os bancos e as indústrias com problemas financeiros. Os debates entre os partidos terão como tema a dimensão dos cortes para os trabalhadores e pensionistas com o fim de tentar a "confiança" dos titulares de búnus. Confrontado com opções igualmente limitadas, as eleitoras e eleitores reagirão mediante a rejeição dos cargos atuais, a abstenção ou a mobilização em massa organizada e espontânea, como o protesto Occupy Wall Street. O descontentamento, a hostilidade e a frustração impregnarão a sociedade. Os demagogos do Partido Democrata vitimizarão a China; os demagogos do Partido Republicano culparão aos imigrantes. Os dois fulminarão os "fascistas islâmicos", especialmente o Irã.
Novas guerras no meio da crise: os sionistas apertam o gatilho
Os "52 presidentes das principais organizações judias estadounidenses" e seus seguidores "Israel é o primeiro" no Congresso, o Departamento de Estado, o Departamento do Tesouro e o Pentágono fomentarão a guerra com Irã. Se tiverem sucesso, a consequência será uma conflagração regional e a depressão mundial. Dado o sucesso do regime extremista israelense para conseguir a obediência cega do Congresso estadunidense e a Casa Branca a respeito de suas políticas bélicas, há que descartar qualquer dúvida.
China: mecanismos compensatórios em 2012
A China vai enfrentar a recessão global de 2012 com várias possibilidades de aminorar suas consequências. Pequim poderia produzir bens e serviços para os 700 milhões de consumidores internos que atualmente estão fora do circuito econômico. Ao aumentar os salários, os serviços sociais e a segurança do meio ambiente, a China poderia compensar a perda de mercados exteriores. O crescimento econômico da China, que depende fortemente da especulação imobiliária, vai se ver afetado adversamente quando essa bolha rebentar. Vai se produzir uma forte depressão, falências nas prefeituras e mais conflito social e de classes. Isto poderia trazer mais repressão ou uma gradual democratização, o que afetará profundamente aos relacionamentos entre o mercado e o Estado. O mais provável é que a crise econômica fortalecerá o controle estatal do mercado.
Rússia enfrenta a crise
Na Rússia a eleição do Presidente Putin conduzirá a menos apoio dos levantamentos e sanções promovidas pelos Estados Unidos contra os aliados e sócios comerciais russos. Putin reforçará seus vínculos com a China e se beneficiará da desintegração da UE e o debilitamiento da OTAN.
A oposição apoiada pelos meios ocidentais utilizará sua influência financeira para erodir a imagem de Putin e alentar os boicotes ao investimento, embora vá perder as eleições presidenciais por uma margem grande. A recessão mundial debilitará a economia russa e a forçará a escolher entre uma maior propriedade pública ou uma maior dependência de fundos estatais para resgatar a destacados oligarcas.
A transição entre 2011 e 2012: do estancamento e a recessão regionais à crise mundial
O ano 2011 preparou a infraestrutura para a desintegração da União Europeia. A crise começou com a morte do euro, o estancamento nos Estados Unidos e o rebentamento de protestos em massa contra as desigualdades obscenas a nível mundial. Os acontecimentos de 2011 constituíram um ensaio geral do novo ano de guerras comerciais em larga escala entre as grandes potências, o que agudizará as lutas imperialistas e a probabilidade de que as rebeliões populares se convertam em revoluções. Além disso, o aumento da febre bélica orquestrada pelos sionistas contra o Irã em 2011 promete converter-se na maior guerra regional desde o conflito entre os Estados Unidos, Índia e China.
Em 2011, o regime de Obama anunciou uma política de confrontação militar com a Rússia e a China e outras políticas destinadas a desgastar e degradar o auge da China como poder econômico mundial. Frente à crescente recessão econômica e ao declínio dos mercados exteriores, sobretudo na Europa, se desenvolverá uma importante guerra comercial. Washington perseguirá com agressividade políticas que limitem as exportações e investimentos chineses. A Casa Branca incrementará seus esforços para desestabilizar o comércio e investimentos da China na Ásia, África e outros locais. Podemos esperar maiores esforços por parte dos Estados Unidos para explorar os conflitos internos étnicos e populares e para incrementar sua presença militar frente à costa chinesa. Também não deve ser descartado uma grande provocação ou incidente fabricado dentro deste contexto. Em 2012 isto poderia originar raivosos apelos chauvinistas a uma nova e cara "Guerra Fria". Obama proporcionou o enquadramento e a justificativa para uma confrontação em larga escala e longo prazo com a China, o que se interpretará como um esforço desesperado de sustentar a influência estadounidense e as posições estratégicas na Ásia. O "quadrilátero de poder" militar estadunidense -Estados Unidos, Japão, Austrália e Coreia do Sul- com o apoio satélite das Filipinas, enfrentará os vínculos de mercado da China com a propaganda militar de Washington.
Europa: mais austeridade e luta de classes
Os programas de austeridade impostos na Europa, desde o Reino Unido a Latvia e Europa do sul vão se consolidar em 2012. Demissões em massa no setor público e menos salários e empregos no setor privado conduzirão a um ano de luta de classes e contínuos desafios aos governos. As suspensões de pagamento acompanharão as "políticas de austeridade" no sul, o que dará como resultado falências de bancos na França e Alemanha. A classe financeira dirigente do Reino Unido, isolada da Europa mas predominante ali, encorajará os conservadores a "reprimirem" os distúrbios populares e trabalhistas. Emergirá um novo estilo de governo autocrático "neoThatcher"; a oposição sindical emitirá protestos vazias e tensará a correia do povão rebelde. Em resumo, as regressivas políticas socioeconómicas introduzidas em 2011 estabeleceram o palco para novos regimes de estados policiais e possíveis confrontações sangrentas mais intensas com os trabalhadores e jovens desempregados sem futuro.
As guerras futuras que porão fim aos Estados Unidos como o conhecemos
Dentro dos Estados Unidos, Obama pôs os alicerces para uma nova e grande guerra no Oriente Próximo, concentrando os soldados que operavam no Iraq e Afeganistão contra o Irã. Com o fim de prejudicar o Irã, Washington está desenvolvendo operações militares e civis clandestinas contra os aliados iranianos na Síria, Paquistão, Venezuela e China. A chave da estratégia bélica dos Estados Unidos e Israel contra o Irã é uma série de guerras em estados próximos, sanções econômicas em escala mundial, ataques cibernéticos destinados a neutralizar indústrias vitais e assassinatos terroristas clandestinos de cientistas e militares.
O impulso, o planejamento e a execução das políticas estadounidenses que conduzirão à guerra com Irã podem ser atribuído empiricamente e sem nenhuma dúvida à configuração sionista de poder (CSP) que ocupa posições estratégicas no governo estadunidense, os meios de comunicação de massas e a "sociedade civil". Uma análise sistemática dos desenhadores das políticas estadunidenses que implementam as sanções econômicas no Congresso descobrirá os papéis fundamentais que exercem os "megasionistas" ("Israel é o primeiro") Ileana Ros-Lehtinen e Howard Berman; Dennis Ross na Casa Branca , Jeffrey Feltman no Departamento de Estado e Stuart Levy e seu substituto David Cohen no Departamento do Tesouro. A Casa Branca está totalmente em dívida com os recaudadores de fundos sionistas e recebe ordens dos "52 presidentes das principais organizações judaicas estadunidenses". A estratégia israelense-sionista é abafar o Irã, debilitá-lo economicamente e atacá-lo militarmente. A invasão do Iraq foi a primeira guerra dos Estados Unidos realizada para Israel; a guerra de Líbia a segunda; a atual guerra por poderes contra Síria é a terça. Estas guerras destruíram ou estão destruindo os adversários de Israel.
Em 2011 as sanções econômicas desenhadas para criar descontentamento no Irã foram as principais armas escolhidas. A campanha de sanções globais ocupou todas as energias dos principais grupos de pressão judeu-sionistas. Não encontraram nenhuma oposição nos meios de comunicação de massas, o Congresso ou a Casa Branca. A CSP não recebeu praticamente nenhuma crítica por parte das revistas, movimentos ou grupos socialistas, de esquerdas ou progressistas, salvo poucas insignes exceções. A transferência de tropas estadunidenses de Iraq às fronteiras do Irã realizado no ano passado, as sanções e o impulso da Quinta Coluna de Israel dentro dos Estados Unidos estenderam a guerra em Oriente Próximo. Isto seguramente significará uma agressão "surpresa" aérea e marítima por parte das forças estadounidenses, baseada no pretexto de "iminente ataque nuclear" tecido pelo Mossad israelense e fielmente transmitido pela CSP a seus lacaios do Congresso estadunidense e a Casa Branca para o consumo mundial. Será uma guerra longa, sangrenta e destrutiva para Israel; Estados Unidos assumirá as despesas militares diretas e o resto do mundo pagará o caríssimo preço econômico. A guerra dos Estados Unidos promovida pelos sionistas converterá a recessão de princípios de 2012 em uma importante depressão para finais do ano e provavelmente provocará levantamentos em massa.
Conclusão
Tudo indica que 2012 será um ano decisivo de crise econômica implacável que se estenderá desde a Europa e os Estados Unidos à Ásia e suas dependências na África e América Latina. A crise será verdadeiramente global. As confrontações imperiais e as guerras coloniais minarão qualquer esforço de abrandar esta crise. Como resposta, surgirão movimentos de massas cujos protestos e rebeliões, esperemos, se transformarão em revoluções sociais e na tomada do poder político.
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