Com o apoio de Israel, chacina deixou cerca de três mil palestinos mortos
A Frente em Defesa do Povo Palestino realiza neste mês, em São Paulo, várias atividades para lembrar os 30 anos do Massacre de Chatila e Sabra, no Líbano, que deixou cerca de três mil palestinos mortos.
Na segunda-feira (17), a Frente promove, a partir das 17h, um ato público na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, em frente ao Banco Safra. O objetivo das ações, além de recordar a data, é apontar o papel da solidariedade internacional para pôr fim à mais longa ocupação da era contemporânea.
Já na terça-feira (18), haverá um debate na PUC-SP, no Auditório 239 do Prédio Novo do campus Perdizes (Rua Monte alegre, 969). No dia 25, o debate será realizado na Sala das Ciências Sociais da USP, na Cidade Universitária (Avenida Prof. Luciano Gualberto, 315).
Massacre
A chacina ocorreu na noite de 16 de setembro de 1982, quando integrantes do grupo libanês Falange, de extrema-direita cristã, atacaram os campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, no oeste de Beirute. Sua entrada foi autorizada pelas Forças Armadas de Israel.
Foram 62 horas de terror contra civis palestinos, causando cerca de três mil mortes. Houve requintes de crueldade nos assassinatos, causados por tiros ou facadas, principalmente contra mulheres, crianças e idosos. O massacre foi marcado ainda por outros crimes, como estupros.
Os massacres provocaram pelo mundo uma onda de indignação até então sem precedentes na história da Palestina. Uma passeata organizada pelo movimento “Paz Agora” em Israel levou às suas ruas cerca de 400 mil manifestantes. Protestos espalharam-se por todo o globo, incluindo o Brasil, em que marchas com milhares de pessoas foram feitas para exigir justiça.
Situação atual
Há hoje no Líbano, segundo dados da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), 12 campos oficiais de refugiados. Em todos esses locais, os palestinos enfrentam a pobreza, condições precárias de moradia, falta de infraestrutura e desemprego, sem contar a discriminação cotidiana. A situação se repete nos demais campos espalhados por países árabes vizinhos, a um raio de 150 quilômetros dos territórios palestinos ocupados por Israel, cuja população total supera os 5 milhões (incluindo os que vivem no Líbano).
Estabelecido em 1949, Shatila conta com 8,5 mil moradores. Já Sabra não consta mais na relação de campos administrados pela UNRWA, tendo se tornado um imenso bairro periférico, em que vivem hoje mais de 12 mil pessoas.
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