9 de dez. de 2010

JOBIM (John Bean ) E SAITO – O DILEMA DE DILMA

Laerte Braga

Os “estragos” causados pela pilha de documentos confidenciais do governo dos EUA divulgado pelo site WIKILEAKS começam a produzir efeitos em todos os cantos do mundo. Uma ordem para eliminar o fundador do site já foi expedida pelo governo de Obama (semelhante ao que costumam fazer fundamentalistas chamados de “terroristas”).

O WIKILEAKS atingiu alvos variados, um grande espectro de ações terroristas dos norte-americanos e como não poderia deixar de ser respingou no Brasil.

Dilma Roussef vive um dilema antes de sua posse. Mantém o ministro da Defesa, Nelson Jobim, notório agente norte-americano e o comandante da Força Aérea Brasileira (bate continência para Washington) brigadeiro Juniti Saito, ou espanta essas duas figuras que em tempos passados seriam chamados de traidores?

O ministro Nelson Jobim está identificado como agente dos EUA e de forças golpistas no Brasil desde os tempos de FHC, ou precisamente, desde o momento que ingressou na vida pública. Sobre essa figura sombria e repulsiva pesam acusações de corrupção, de ligações com grupos econômicos estrangeiros e agora a comprovação através dos documentos divulgados pelo WIKILEAKS que, por trás de tudo isso tem uma baita “remuneração”, é o óbvio.

Juniti Saito, brigadeiro e comandante da FAB, em tese, é um militar brasileiro. Na prática é um subproduto do governo dos EUA, com assento privilegiado à mesa do embaixador daquele país em Brasília e de generais norte-americanos interessados em vender armamentos ao nosso País, na prática, impedir o Brasil de ter acesso a tecnologias indispensáveis à garantia da independência e soberania nacional.
 
“Vender borracha, comprar chicletes”. É o que querem que façamos.

Nem Jobim e nem Saito têm condições morais de ocupar qualquer cargo no âmbito do Estado brasileiro. Não creio que oficiais sérios ou comprometidos com o Brasil na Força Aérea estejam concordando com um comando de fora através de um brigadeiro que na verdade é suspeito até de corrupção, até prova em contrário é lícito suspeitar, pois defende interesses dos EUA e da empresa BOEING.

A atitude mais simples, na hipótese de existir vestígio de dignidade num ou noutro, é pedir para sair.

Não se trata nem de discutir que caça é melhor para a FAB (na opinião de muitos especialistas o melhor caça produzido hoje é o SUKHOY, russo, descartado desde o primeiro momento, ainda no governo FHC).

O xis da questão é dar foros de “negócio” no melhor estilo máfia, negociata, a uma operação de quatro bilhões de dólares (a propina normal, 20% seria em torno de 800 milhões de dólares) e que envolve a segurança nacional no sentido real da palavra e nunca como a concebem comandantes militares subordinados a potência estrangeira, caso do brigadeiro Saito, ou de políticos trêfegos como Nelson Jobim.

A batata quente está nas mãos da presidente eleita Dilma Roussef. Lula poderia até facilitar o caminho pedindo a Jobim e Saito que saiam antes do término de seu mandato.

O então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel em telegrama secreto em 31 de julho do ano passado, afirma ao seu governo que o brigadeiro Saito havia tomado a iniciativa de uma conversa reservada (porta dos fundos, mala branca) com o general Doug Fraser, comandante do COMANDO SUL. Como era um jantar, deve ter entrado, pedido permissão para falar com seu superior, o norte-americano, batido continência e ao receber permissão para falar, se disse disposto a cumprir a missão, declarar-se favorável aos que pagam.

Ato contínuo a concessão de comer à mesa do comandante do COMANDO SUL. Quando retirou-se, naturalmente, o general dos EUA deve ter dito ao embaixador Clifford Sobel que fosse recomendada a concessão de medalha ao brigadeiro, ou uma gratificação extra pelos relevantes serviços prestados à pátria. A pátria aí é outra, aliás, sempre foi a pátria da turma de 1964 e dos remanescentes nos “negócios”.

Se Jobim é o diretor ou não desse filme, as filmagens no Brasil, digamos assim, não sei, mas que de repente pode ser alguém que carrega a mala. Por que não?

O ministro da Defesa já se vangloriou de ter alterado a Constituição na moita, isso aí é café pequeno para a excelência das privatizações.

É urgente refundar as forças armadas brasileiras. Explicar à maioria dos nossos militares que o Brasil fica na América do Sul, a capital é Brasília. Cortar esse barato de achar que somos um país da América do Norte (extensão, vice-reino) e que nossa capital é o WAR COLLEGE, ou a ESCOLA DAS AMÉRICAS, tudo centralizado no PENTÁGONO.

O ministro da Defesa (dos EUA e seus “negócios” lógico) Nelson Jobim tem requintes de cara de pau absoluto, quando afirma que os documentos divulgados pelo site não irão abalar as relações entre o Brasil e seu governo (dele Jobim), em Washington.

Se abalam a honra de Jobim isso certamente não o preocupa. Não tem noção do que seja isso. Entende de saber se na hora da troca, o dinheiro está direitinho como combinado.

Tudo certinho? Então “in God we trust”.








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